Produção da Record será lançada em 500 salas brasileiras

Nos Estados Unidos, produções evangélicas rotineiramente são sucesso de bilheteria e de crítica. Nos últimos anos, os chamados “filmes orientados pela fé” tornaram-se um filão lucrativo inclusive para estúdios seculares.

Contudo, no Brasil só longas espíritas e católicos se tornam campeões de público como “Nosso Lar” (4 milhões de espectadores em 2010) e “Maria” (2,3 milhões em 2003).  Embora as vendas em DVDs sejam promissoras, o cinema gospel ainda não teve nenhum grande sucesso comercial nas telas do país.

Isso poderá mudar com a novela “Os Dez Mandamentos”, escrita por Vivian de Oliveira, que é evangélica e contou com a apoio de historiadores, teólogos e especialistas em cultura hebraica.

Com o final da trama na telinha, criou-se grande expectativa de como será sua recepção na telona. Especialmente por que a versão para o cinema, segundo a Record, terá um final diferente.

A promessa é que será lançado em fevereiro, em 500 salas. Para efeitos de comparação, o filme brasileiro de maior bilheteria em 2015, “S.O.S. Mulheres ao Mar 2”, estreou em 464.
“Enfim, um filme que podemos divulgar, sem cenas constrangedoras […] e baseado em fatos reais da Bíblia, meu manual de vida”, comemorou Cristiane Cardoso, filha de Edir, em texto publicado na internet.


A Record parece estar disposta a investir nesse filão e prepara para o ano que vem a cinebiografia de Edir Macedo, líder da Igreja Universal. Baseado na trilogia de livros “Nada a Perder”, que vendeu milhões de cópias no país.

Curiosamente, o filme evangélico de maior sucesso em português é “Três Histórias, Um Destino”, baseada em um best-seller do missionário R.R. Soares, cunhado de Macedo. Lançado em 2012, atraiu 300 mil espectadores às salas de cinema.

Outras produtoras nacionais em breve deverão lançar filmes evangélicos feitos no Brasil. “A Palavra”, que sairá em março, recria a narrativa sobre o profeta bíblico Elias como um pregador no sertão, enquanto Eliseu, seu sucessor, é um engenheiro que trabalha na transposição do rio São Francisco.

A advogada pernambucana Zitah Oliveira, evangélica, é dona da produtora Anjoluz fundada para a realização deste projeto. Ela conta que deseja fazer uma sessão no Congresso Nacional com apoio de João Campos (PSDB-GO), presidente da Bancada Evangélica.
Ao mesmo tempo, a produtora Purpose Films quer transformar em filme sua série virtual “Eu Escolhi Esperar”.  “Nossas produções não são crentonas, sabe? Passamos a mensagem de forma engraçada”, afirma o diretor Maurício Bettini, que promete tratar de homossexualidade na produção.

Mas engana-se quem pensa que é fácil realizar produções cinematográficas no Brasil. As leis de incentivo fiscal, como a Rouanet e a do Audiovisual são confusas. A maior parte dos longas nacionais são patrocinados por estatais. Por uma questão ideológica do Ministério da Cultura, existe o temor de serem acusados de proselitismo religioso em vez de cultura, o que é vetado pelas leis.

Fonte: Gospel Prime